A grande rodovia marítima
Os Molhes da Barra são uma obra de hidráulica marítima de pedras, construído em 1911 na cidade de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, Brasil. São dois, na saída para o mar da Lagoa dos Patos, e cada um tem quilômetros de extensão, sendo o molhe oeste o início da quilométrica Praia do Cassino. Sua construção visou proteger a entrada e saída de navios do Porto de Rio Grande e proteger o canal da formação de bancos de areia. Não se trata de um quebra-mar, apesar da confusão ser comum entre as pessoas leigas, pois este possui as duas extremidades dentro da água enquanto um molhe possui uma extremidade em terra e outra no mar.
No século XIX tivemos estudos de viabilidade, licitações, anulações, etc. Os molhes foram construídos entre 1911 e 1919. O molhe oeste (Praia do Cassino), já contando a obra concluída no ano de 2010, tem 2,2 km, e o leste (São José do Norte), 4 km. Transportadas por uma ferrovia de 90 km de extensão especialmente construída para este fim, rochas de até dez toneladas foram sendo jogadas ao mar, em um total de 4,5 milhões de toneladas. Todas as rochas usadas na obra foram extraídas do município de Capão do Leão, que na época ainda pertencia a Pelotas.
Trabalharam na obra, em seu ápice, cerca de 4 mil operários. Os trilhos atualmente servem para passeio de turistas. Os molhes fixam a barra do canal e o protegem da ação das ondas e do assoreamento natural, garantindo a navegação em condições seguras. Durante sete décadas a obra não precisou de manutenção. Nos anos da década de 1980, o molhe leste cedeu em vários pontos e a areia começou a invadir o canal, colocando em risco a navegação. A recuperação dos molhes iniciou-se em 1995 a um custo de 140 milhões de dólares, lançando mais meio milhão de toneladas de pedras e 100 mil toneladas de tetrápodes (blocos de concreto especiais). Os estudos em modelos reduzidos foram elaborados, no Rio de Janeiro, pelo INPH – Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias.