Um lugar famoso
A casa construída em 1810 e reconhecida como Patrimônio Nacional pelo IPHAN, é a única que mantém as características arquitetônicas originais e o seu próprio acervo da época do Ciclo do Charque. Além de preservar a história de Pelotas, a casa foi cenário de “A Casa das Sete Mulheres” e “O Tempo e O Vento”.
Residência da família do charqueador Antônio José Gonçalves Chaves, a casa foi construída no início do século XIX às margens do Arroio Pelotas, ponto estratégico para escoar a produção de charque. A São João foi uma das charqueadas mais bem sucedidas economicamente e encerrou suas atividades como indústria em 1937. A casa manteve suas características da construção original e desde 2000 é aberta ao público como atração turística. O acervo preservado durante mais de duzentos pode ser conferido durante a nossa Visita Monitorada.
Em 1780, o português José Pinto Martins veio do Nordeste trazendo seu conhecimento a respeito da carne de sol. Fundou a primeira charqueada às margens do Arroio Pelotas e deu início a propagação destas propriedades rurais de caráter industrial – que foram as responsáveis pela fase mais próspera da região – e principalmente da cidade de Pelotas. Em decorrência disso, o estado do Rio Grande do Sul passou a ter sua economia baseada neste produto que na época era predominantemente utilizado como alimento para escravos em diversos lugares do Brasil e do mundo.
Tal como em todo o Brasil Colonial, a mão de obra no período do Ciclo do Charque era escrava. A Charqueada São João ainda preserva os objetos e ferramentas utilizadas na indústria do charque e mantém a fachada original da Senzala – lugar onde os escravos dormiam, no chão duro, com apenas uma janela gradeada. Embora tenha sido uma realidade triste de nosso passado, acreditamos que a história deve ser contada para que não se repita. Atualmente, em parceria com o curso de Arqueologia da Universidade Federal de Pelotas, o entorno da Senzala está sendo explorado em busca de mais fragmentos deste período.
Fonte: Charqueada São João