Dois tempos e uma praça
A Praça Pinheiro Machado une duas nações, a nação missioneira e a nação de colonos imigrantes vindos da Europa. Pois antes de ser a praça urbana como conhecemos, já era um espaço em que se realizavam atividades coletivas na redução de Santo Ângelo Custódio, conhecido como o último dos Sete Povos das Missões, fundado pelo padre espanhol Diogo Hasse. Então, a praça, sempre foi a praça. Serviu, e, ainda serve, para a convivência coletiva dos moradores. Por este motivo, vamos encontrar nela, elementos que simbolizam duas histórias de ocupação de território, distintas. A primeira delas lembra os povos indígenas que se integraram com padres espanhóis e constituíram uma nova cultura na Terra, a outra, o período de colonização, quando imigrantes europeus começaram a vir para o interior do Rio Grande do Sul, formando as cidades no modelo atual e do jeito que conhecemos atualmente.
O que conduz a esta conclusão é que a atual Catedral de Santo Ângelo foi construída no mesmo local onde já existia a antiga igreja da redução, Santo Ângelo Custódio, sabe-se ainda, que a arquitetura e organização predial das reduções seguiam um padrão. As reduções não diferiam muito entre si, deixava-se, em frente da igreja, um espaço para a realização de atividades coletivas. Deste modo, a nossa Praça Pinheiro Machado, também foi a “Praça Missioneira da Redução de Santo Ângelo Custódio”. Nas janelas arqueológicas cobertas com vidro, que podemos conferir nas imediações da atual praça, comprovamos a localização da antiga igreja.
Fonte: O Mensageiro